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A Calunga é um conceito profundamente enraizado na espiritualidade das religiões afro-brasileiras, especialmente na Umbanda e no Candomblé. Representa uma dimensão espiritual que abrange tanto o cemitério quanto o mar, ambos vistos como portais entre o mundo material e o mundo dos espíritos. Neste artigo, exploraremos o significado da Calunga, suas divisões em Calunga Pequena e Calunga Grande, além de apresentar os Exus e Pomba Giras que atuam nesses campos espirituais.

1. O que é Calunga?

1.1. Origem e Significado do Termo

O termo “Calunga” tem origem no vocabulário Bantu e carrega o significado de “mar” ou “grande extensão”. No contexto espiritual, refere-se a dois aspectos principais: o cemitério, chamado de Calunga Pequena, e o mar, conhecido como Calunga Grande. Ambos são vistos como espaços de transição, onde a vida e a morte se encontram e os espíritos transitam.

1.2. A Calunga na Umbanda e no Candomblé

Na Umbanda e no Candomblé, a Calunga simboliza o contato com o mundo espiritual e a ancestralidade. É um local de profundo respeito e, ao mesmo tempo, de poder espiritual. A Calunga Pequena representa o espaço de repouso dos mortos e o local de atuação dos Exus e Pomba Giras, enquanto a Calunga Grande é associada aos mistérios das águas e das entidades que nelas habitam.

1.3. O Papel da Calunga nas Práticas Religiosas

A Calunga é fundamental nas práticas religiosas, sendo local de oferendas, cultos e rituais que buscam a proteção, a cura e o auxílio dos guias espirituais. Seu simbolismo reflete a dualidade da vida e da morte, da luz e da sombra, e a constante transição entre o mundo físico e o espiritual.

2. O que é Calunga Pequena?

2.1. Definição de Calunga Pequena

A Calunga Pequena refere-se ao cemitério, um local sagrado na Umbanda e em outras tradições. É vista como o ponto de encontro entre o mundo dos vivos e o dos mortos, onde os espíritos dos ancestrais e entidades específicas, como os Exus das Almas e as Pomba Giras das Almas, atuam para proteger, orientar e, em alguns casos, cobrar justiça.

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2.2. O Cemitério como Local Sagrado

Para os umbandistas, o cemitério não é apenas um local de luto, mas também um espaço de respeito e reverência. É onde muitos rituais são realizados para equilibrar energias, buscar a proteção dos guias e pedir auxílio espiritual. O acesso à Calunga Pequena deve ser feito com respeito e preparação espiritual.

2.3. Práticas e Rituais na Calunga Pequena

Alguns dos rituais mais comuns na Calunga Pequena incluem:

  • Descarregos e Limpezas Espirituais: Utilizados para remover energias negativas.
  • Oferendas aos Exus e Pomba Giras das Almas: Para pedir proteção, abertura de caminhos e auxílio em questões específicas.
  • Culto aos Ancestrais: Para honrar os espíritos que já partiram e pedir orientação.

3. O que é Calunga Grande?

3.1. Definição de Calunga Grande

A Calunga Grande representa o mar, um símbolo de profundidade, mistério e transição. Na visão espiritual, o mar é um grande portal para o mundo espiritual e o local de atuação de diversas entidades, como Iemanjá, os Marinheiros e outras entidades aquáticas.

3.2. O Mar como Símbolo de Mistério e Ancestralidade

O mar, na Calunga Grande, é visto como um espelho da vida e da morte, da constante mudança e do mistério que envolve o desconhecido. É um local de oferendas e rituais de grande importância, especialmente nos cultos a Iemanjá e outras divindades ligadas às águas.

3.3. Práticas e Oferendas na Calunga Grande

Entre as práticas realizadas na Calunga Grande, destacam-se:

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  • Oferendas a Iemanjá e Entidades das Águas: Para pedir proteção, fertilidade, purificação e bênçãos.
  • Rituais de Cura e Renovação: Onde o poder das águas é utilizado para limpar energias negativas e renovar forças espirituais.
  • Cerimônias de Despedida: Para aqueles que desejam enviar mensagens ou homenagens aos espíritos através das águas.

4. Quais são os Exus que Trabalham na Calunga?

4.1. Exu Caveira

Exu Caveira é um dos principais Exus que atuam na Calunga Pequena. Ele é o guardião dos cemitérios e das almas desencarnadas. Conhecido por sua sabedoria e poder, é invocado para trabalhos de proteção, limpeza espiritual e justiça.

4.2. Exu Tranca-Ruas das Almas

Responsável por abrir e fechar caminhos espirituais, Exu Tranca-Ruas das Almas trabalha na Calunga Pequena para garantir a passagem segura das almas e proteger os vivos de influências negativas. É um Exu de grande força e proteção.

4.3. Exu Sete Catacumbas

Exu Sete Catacumbas é associado às profundezas e aos mistérios do cemitério. Ele atua na Calunga Pequena para trazer equilíbrio e justiça, sendo frequentemente chamado em trabalhos que exigem coragem e transformação.

4.4. Outros Exus da Calunga Pequena

Além dos citados, outros Exus que trabalham na Calunga Pequena incluem Exu das Almas, Exu Omulu e Exu Marabô das Almas. Todos eles têm como missão ajudar na condução das almas e na proteção daqueles que frequentam o campo espiritual do cemitério.

5. Quais são as Pomba Giras que Trabalham na Calunga?

5.1. Pomba Gira das Almas

Pomba Gira das Almas é uma entidade poderosa que atua na Calunga Pequena, ajudando a equilibrar as energias e a proteger aqueles que buscam sua ajuda. É conhecida por seu poder de transformação e por ajudar em casos de amor e justiça.

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5.2. Pomba Gira Dama da Noite

Associada ao mistério e à sedução, Pomba Gira Dama da Noite também atua na Calunga Pequena, ajudando a desvendar segredos e a abrir caminhos em situações difíceis. É uma entidade que trabalha com o poder da sensualidade e da intuição.

5.3. Pomba Gira Rosa Caveira

Pomba Gira Rosa Caveira trabalha com o poder da morte e da transformação. Na Calunga Pequena, ela auxilia na limpeza espiritual e na quebra de demandas, sendo uma das Pomba Giras mais temidas e respeitadas.

2. Funções e Energia das Pomba Giras na Calunga

As Pomba Giras da Calunga Pequena atuam principalmente na transformação de energias negativas, na limpeza espiritual e na proteção dos médiuns e consulentes. Elas são capazes de cortar demandas, afastar obsessores e ajudar a transformar dores e traumas em crescimento e aprendizado.

FAQ (Perguntas Frequentes)

1. O que significa trabalhar na Calunga?

Trabalhar na Calunga significa atuar na linha das almas, ajudando espíritos desencarnados e lidando com energias de transição e transformação. É um trabalho de grande responsabilidade e exige respeito e preparo espiritual.

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2. Qual a diferença entre Calunga Pequena e Grande?

A Calunga Pequena refere-se ao cemitério, local ligado aos espíritos desencarnados e à transição pós-morte. A Calunga Grande, por sua vez, representa o mar, simbolizando a imensidão e os mistérios do inconsciente e da ancestralidade.

3. Posso fazer oferendas na Calunga?

Sim, mas é fundamental que as oferendas sejam feitas com respeito e conhecimento. No caso da Calunga Pequena, é importante evitar oferendas dentro do cemitério e preferir locais próximos, sempre pedindo licença e mostrando respeito aos espíritos que ali habitam. Na Calunga Grande, as oferendas ao mar devem ser realizadas com cuidado para não prejudicar o meio ambiente.

4. Quais cuidados devo ter ao frequentar a Calunga?

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É essencial ter respeito e discernimento ao frequentar cemitérios ou fazer oferendas no mar. Nunca vá sozinho a um cemitério à noite e sempre peça licença aos guardiões espirituais. No mar, tenha cuidado com a poluição e com o descarte adequado dos materiais usados nas oferendas.

5. Qual a relação da Calunga com o culto aos ancestrais?

A Calunga, tanto Pequena quanto Grande, está profundamente ligada ao culto aos ancestrais, pois é o local de repouso e reverência aos que já partiram. Respeitar a Calunga é, portanto, respeitar a memória e o legado dos antepassados, reconhecendo sua influência e sabedoria.

Conclusão

A Calunga, seja Pequena ou Grande, é um elemento essencial nas religiões de matriz africana, representando a ligação entre o mundo dos vivos e o dos mortos. É um campo de grande respeito e mistério, onde atuam poderosas entidades como Exus e Pomba Giras. Entender e respeitar a Calunga é fundamental para quem busca aprofundar-se nas práticas e nos ensinamentos da Umbanda. Que possamos sempre honrar e reverenciar esses espaços sagrados com conhecimento, respeito e humildade.

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